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Ao lado de Oscar Niemeyer (1907-2012), Paulo Mendes da Rocha é um dos arquitetos mais reconhecidos no Brasil e no exterior. Não é para menos. Várias de suas obras, como a reforma da Pinacoteca do Estado (1988-1999), em São Paulo, o Pavilhão Brasileiro na Feira Internacional de Osaka (1969), no Japão, e o Museu Brasileiro da Escultura – MUBE (1986), na capital paulista, foram internacionalmente premiadas. Em 2006, entrou para o seleto time de vencedores do Prêmio Pritzker, o mais importante da arquitetura mundial. Ao justificar a escolha, o júri declarou que as obras de Mendes da Rocha “modificam a paisagem e o espaço, buscando atentar tanto para as necessidades sociais quanto estéticas do homem”. Nascido em Vitória, no Espírito Santo, em 1928, Paulo Mendes da Rocha cresceu ouvindo do pai, engenheiro, e do avô, que foi diretor do Serviço de Navegação do São Francisco, que poderia fazer de um porto a um navio. Com seu estilo limpo, sintético, cru e, ao mesmo tempo, rigoroso nos detalhes e generoso na proposta de estimular o convívio social, é considerado um dos maiores expoentes da Escola Paulista de Arquitetura, encabeçada por João Batista Vilanova Artigas (1915-1985), de quem foi assistente, amigo e colaborador. Foi também professor da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade de São Paulo (FAU-USP) e tem hoje uma intensa atividade como palestrante e conferencista no Brasil e no exterior. Em 1957, desenhou a cadeira Paulistano, hoje um ícone do design nacional. Projetada para a sede do Clube Atlético Paulistano, também de sua autoria, venceu a edição de estreia do Prêmio Museu de Design Casa Brasileira, em 1986. Comercializada em vários países da Europa, a Paulistano integra o acervo do Museu de Arte Moderna de Nova York – MoMA. Em 2015, Mendes da Rocha teve um de seus grandes projetos fora do Brasil inaugurado. A nova sede do Museu dos Coches, em Lisboa, foi o ponto de partida para a revitalização do bairro de Belém. Em 2016, foi reconhecido com o Leão de Ouro na Bienal de Veneza pelo conjunto de sua obra. O júri declarou que a escolha se baseou no caráter atemporal de sua arquitetura, marcada por projetos que resistem à passagem do tempo, tanto no plano material quanto estilístico.