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SOBRE O DESIGNER


Alfio Lisi é arquiteto de formação, mas, desde 2002, se dedica a desenhar móveis e acessórios. Natural de Santa Cruz da Conceição, no interior de São Paulo, é formado em arquitetura e urbanismo pela Unesp/Bauru e se apaixonou pela madeira no contato com o amigo e mestre Olívio Barreiro, ainda nos tempos de faculdade. Montou seu escritório em 1995, em Leme, no interior paulista, e, hoje, em ateliê próprio, cria e fabrica produtos em pequena e média escalas, utilizando principalmente madeira. “Embora minha base seja a marcenaria, até porque é uma tradição brasileira e foi como eu comecei, cada vez mais tenho gostado de testar novos suportes, de fazer uma bagunça de materiais”, diz.
A “bagunça” a que Alfio Lisi se refere são as combinações bem-sucedidas que vem usando com grande sucesso em várias de suas peças. Bons exemplos são a linha Cone, que reúne concreto e madeira, a mesa Samburá, com tampo em fibra de vidro e base em aço carbono, e a poltrona Leme, com estrutura de madeira e assento/encosto em percintas de couro.
Seus produtos têm sido bastante publicados e já conquistaram diversos prêmios. Em 2004, seu cabide Giro ficou em segundo lugar no 18° Prêmio Design Museu da Casa Brasileira, na categoria utensílios, e foi selecionado para o IF Product Design Award, na Alemanha. No mesmo ano, seu banquinho Trama foi finalista no prêmio Planeta Casa. Em 2009, a luminária Pau de Luz recebeu uma menção honrosa no Salão Casa Brasil, e o banco Monfa II, exibido com destaque no cenário do programa Metrópolis, da TV Cultura, recebeu uma menção honrosa no 23° Prêmio Design Museu da Casa Brasileira. Três anos mais tarde, a luminária Pau de Luz voltou a ser premiada; dessa vez, internacionalmente, no IF Product Design Award.
Mais recentemente, em 2013, a poltrona Sopro, cuja pesquisa se baseou na relação de ergonomia das selas de montaria com o corpo humano e foi batizada em referência à célebre frase de Oscar Niemeyer – “a vida é um sopro” –, foi premiada no Salão Casa Brasil e conquistou o segundo lugar no 25° Prêmio Design Museu da Casa Brasileira, na categoria mobiliário. Nesse mesmo ano, foi lançada ao mercado com exclusividade pela Dpot, no evento Design Weekend.
Como resultado do trabalho em conjunto com o designer mineiro Domingos Tótora, mestre em transformar papel reciclado em peças de design, a Sopro ganhou uma versão com assento em papelão (no lugar do couro). A busca por parcerias, aliás, é uma vertente importante – e entusiasmante – do trabalho de Alfio Lisi. “Estou sempre procurando pessoas que tenham um trabalho bacana para fazer coisas comigo”, diz. “Por causa disso, acabei ficando amigo de um monte de gente interessante, viajo, vou conhecer o trabalho da pessoa. Imagino que os músicos devam funcionar da mesma maneira.” Dessa curiosidade nasceram peças para lá de afinadas, como a mesa de jantar Paraty, com azulejos da tradicional cerâmica Antigua, a própria versão da Sopro e o banco Abaporu J. Borges, feito a quatro mãos com o mestre da xilogravura.
Alfio Lisi também tem se destacado em mostras de design e exposições, a III e a IV Bienal Brasileira de Design, em Curitiba e Belo Horizonte, respectivamente; a “Imaginários Dpot” (2010), em São Paulo; a mostra “Design Brasil Alegorias”, em Bruxelas; o evento Design Oriundi (2011), organizado pela associação Objeto Brasil; e as mostras Mobiliário Contemporâneo do Acervo Sesc (2011); Brazil S/A (2011 e 2012), em Milão; e IDA – Exposição de Design e Arte (2014), na ArtRio. O designer paulista tem produtos publicados nas principais revistas de arquitetura e design e em publicações como os livros “Design Brasil – 101 Anos de História” (2010, editora Abril, org. Pedro Ariel Santana) e “Móvel Brasileiro Contemporâneo” (2013, editoras Aeroplano e FGV Projetos).

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50Alfio Lisi

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