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SOBRE A DESIGNER


Inconformada com os móveis que encontrou ao chegar ao Brasil, em 1946, a italiana Lina Bo Bardi (1914-1992) decidiu desenhar o mobiliário para seus projetos de arquitetura. Em parceria com o arquiteto Giancarlo Palanti, fundou o Studio de Arte Palma, que funcionou entre 1948 e 1950, para produzi-los em série. “O ponto de partida foi a simplicidade estrutural, aproveitando-se a extraordinária beleza das veias e da tinta das madeiras brasileiras, assim como seu grau de resistência e capacidade", declarou Lina, na época, à “Habitat – A Revista das Artes no Brasil”, publicação que ajudou a fundar em 1950.
Nascida em Roma e naturalizada brasileira, Lina Bo Bardi adotou o Brasil como “pátria de escolha”. Costumava dizer que aqui se sentia “cidadã em todas as cidades”. É autora de projetos que se tornaram ícones do modernismo brasileiro e são fundamentais para a arquitetura mundial, como a Casa de Vidro (1951), em São Paulo, onde viveu com o marido, o crítico de arte Pietro Maria Bardi; o Museu de Arte de São Paulo – MASP (1968), um dos maiores cartões-postais da capital paulista; o restauro do Solar do Unhão (1969), em Salvador, conjunto arquitetônico do século 18 que abriga o Museu de Arte Moderna da Bahia (MAM-BA); e a sede do Sesc Pompeia (1977), uma de suas obras mais pragmáticas, em que trabalhou com a colaboração dos arquitetos André Vainer e Marcelo Ferraz. Lina foi também designer, cenógrafa, figurinista, educadora, curadora e editora, em uma trajetória marcada pela pluralidade e pela reverência à cultura popular.
Em 1951, ano em que desenhou a famosa Casa de Vidro, Lina também deu vida à icônica poltrona Bardi´s Bowl – um assento semiesférico levemente pousado sobre uma estrutura metálica em forma de anel –, obra que deu visibilidade internacional à face desenhista industrial da arquiteta e tornou-se símbolo de seu pensamento, garantindo a interação do homem com o objeto. Equilibrando os universos da fabricação industrial e do objeto individualizado, Lina vislumbrou a Bowl flexível em termos de estrutura e universal e essencial na forma. Ela acreditava que padronizar, ou seja, idealizar sistemas abertos, adaptáveis, que fossem simples, sensuais e vivos, era criar potencialidades. Embora tenha, na época, estudado variações de tecido e materiais para a peça, Lina não chegou a produzi-la em escala industrial.
Em 2014, ano em que Lina completaria 100 anos, uma série de eventos comemorativos foram realizados no Brasil e no exterior para celebrar o talento e a versatilidade da arquiteta, como o lançamento da primeira edição industrial da Poltrona Bardi´s Bowl. A peça foi reeditada com maestria pela empresa italiana Arper, em tiragem limitada a 500 exemplares, como resultado de uma parceria com o Instituto Lina Bo e P. M. Bardi. Em 2015, a Poltrona Bardi´s Bowl chegou ao Brasil como uma exclusividade Dpot.
O centenário da arquiteta foi marcado ainda por lançamento de livros e mostras em instituições como o Museu da Casa Brasileira, em São Paulo, a Casa de Vidro, atual sede do Instituto Lina e P.M. Bardi, e o Sesc Pompeia. No exterior, o Museu de Arquitetura de Munique, a Galeria Nacional de Arte Moderna de Roma e o Museu de Arte Moderna de Nova York (MoMA), foram algumas das instituições que homenagearam Lina Bo Bardi.

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